Pista bombada, a galera fervendo ao som dos hits liberados pelo DJ. Se este cenário lhe remete a um som de hip hop pesadão, ou algum tipo de música eletrônica, saiba que nem sempre foi assim. A época era 1958, ano em que seu Osvaldo Pereira, embalava as pistas de dança com o chácháchá, foxtrote e, principalmente, com as baladas românticas como o samba canção e o bolero.
Seu Osvaldo, morador da Vila Guilherme, zona norte de São Paulo , era um apaixonado por música. Após fazer um curso de rádio por correspondência, na National Schools, inventou um equipamento que revolucionária a discotecagem brasileira. Tratava-se de um sistema de amplificadores a válvula que permitia a regulagem do grave e do agudo e garantia um som com uma potência incrível para a época. Nascia a Orquestra Invisível Let’s Dance, assim apelidada pois substituía as caríssimas orquestras convencionais e ficava sempre por trás das cortinas. Pereira também foi o criador do mixer. Isso mesmo, ele arrumou uma forma de, naquela época, colar uma música na outra. Porém, este não foi bem aceito, pois era justamente entre os intervalos das canções que os rapazes trocavam de damas. Fantástico!
E assim seguiu a trajetória do primeiro DJ brasileiro, que através das velhas “bolachas” “mandou ver” em festas locais, casamentos e acreditem...tocou nos chamados “Pequeniques”, que nada mais é do que as atuais raves. Seu Osvaldo também colocou a a alta sociedade pra mexer quando tocou no edifício Martinelli, o primeiro arranha céu da cidade. A nova atividade levou o pioneiro das pick-ups a agendar apresentações por até quatro meses.
Mesmo que o terno e gravata tenha cedido espaço para o jeans e o tênis, um fato atravessa cinco décadas: o público é o grande termômetro da festa. A sensibilidade é algo fundamental na profissão de DJ, afirma Osvaldo Pereira, 73 anos, sendo 50 deles dedicados a embalar os corpos de alegria através da discotecagem
Fonte: http://djosvaldopereira.blogspot.com.br
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